Mas afinal, o que é planejamento estratégico?
O planejamento estratégico é uma ferramenta que serve como guia na escolha e priorização dos objetivos (fins) que a política pública deve alcançar, bem como os mecanismos que deverão ser acionados para atender a cada objetivo.
Para facilitar a compreensão do exercício de planejamento estratégico, recomenda-se dividir essa tarefa em três ciclos:
1- Ciclo de pré-planejamento: nessa etapa são criadas as condições necessárias para a elaboração do plano estratégico. É nesse momento que é definida a governança para a elaboração do plano, escolhida a equipe de participantes e disponibilizada a infraestrutura para as reuniões.
2- Ciclo de elaboração do plano estratégico: é quando ocorrem as análises que suportarão a escolha dos eixos estratégicos prioritários e serão definidas as diretrizes que levarão ao atingimento dos objetivos. Esse ciclo inicia com a primeira reunião de trabalho do grupo e se encerra com a redação do documento que espelha todas as decisões tomadas.
3- Ciclo de elaboração do plano de ação para a execução dos mecanismos definidos no plano estratégico: nessa etapa são definidas as ações tático-operacionais para a implementação das diretrizes definidas no plano estratégico. Esse documento define quem serão os responsáveis por levar adiante cada diretriz, como e quando o fará, quais áreas do território serão impactadas etc.
O resultado do exercício será um documento que auxiliará a rede de promoção e proteção dos direitos das pessoas idosas a organizar sua agenda e priorizar suas ações. Esse documento deverá detalhar:
1- A análise do diagnóstico do território: o exercício do planejamento estratégico requer uma boa compreensão das características da população idosa do território, suas necessidades e suas dores. Além disso, é de extrema importância o conhecimento da estrutura e serviços disponibilizados pela rede de garantias dos direitos para a pessoa idosa do território, tais como centros de acolhimento, instituições de referência na prevenção e combate à violência contra a pessoa idosa, entre outros. Uma iniciativa complementar a ser considerada é a possibilidade de conhecer e analisar as condições de acesso dos idosos às facilidades e meios da vida atual, como a proximidade entre sua moradia e as áreas de comércio e outros estabelecimentos do seu interesse, os estímulos e estruturas de indução às atividades coletivas e de convivência com amigos e familiares, a própria condição da habitação e, também, a distância e as condições de acesso e mobilidade dos idosos aos serviços de saúde, áreas de fruição e lazer, oportunidades de trabalho adequado às condições físicas e psíquicas e estímulos à vida cultural.
2- A definição dos objetivos e metas a serem conquistados: essa etapa é de extrema importância para o processo, pois escolhas assertivas facilitam a criação de diretrizes realistas e estimulam o empenho dos apoiadores e, consequentemente, aumentam o esforço na busca dos melhores meios de alcançá-las. De maneira geral, os objetivos e metas devem ser muito claros. Além disso, as metas devem ser relevantes, atingíveis, mensuráveis e coerentes com o prazo acordado. É importante que o grupo estabeleça desafios de curto prazo (um ano), médio prazo (três anos) e longo prazo (cinco anos), para que a previsão de ações e consequências torne-se um exercício permanente dos agentes sociais que pensam a política pública.
3- A definição dos temas estratégicos prioritários e indicação da natureza das ações: o que e como deverão ser executadas para que os objetivos sejam alcançados. Essa parte do documento deverá detalhar as diretrizes que nortearão o esforço para a conquista dos objetivos e metas relativas a cada eixo estratégico priorizado.